pandemia

Imagem do filme Roma, porque é desse apoio que precisamos agora.
Dia primeiro de maio, dia do trabalho. Diversas questões a serem trabalhadas. Resumos de artigos, aquele curso do Coursera por acabar, a incerteza se vamos todos sobreviver ao caos. Entender e lidar com os problemas que já estavam aí antes desses problemas todos chegarem. Colocar pra fora, como eu faço agora, quando é preciso colocar.

Tem tantos vivendo dentro de mim, eu não sei bem como - se houver mais alguém como eu, se apresente! - conseguimos viver com tantas versões de nós mesmos. Acho que somos como iPhones: diversas versões lançadas de tempos em tempos, algumas não tão diferentes das outras, mas como alguma mudança marginal que faça valer a pena trocar. As minhas versões daqui pra frente ganharam um título: economista. Eu ainda tento entender quais vantagens ele me trás, se é pra satisfazer meu sentimento de pertencer ou se foi pra agradar alguma versão antiga que quis ser economista. Ainda não sei.

Nesses últimos anos eu quis ser cientista. E agora comecei o mestrado. Mas eu me lembro muito de uma vez que eu fui viajar e vi ao longe um local muito bonito. Foi um fardo horrível pra chegar lá e, quando chegamos, de perto não era tão bonito assim. Essa é a metáfora pro mestrado, ao meu ver. Seria presunçoso ou até escalafobético da minha parte dizer que a sociedade não está preparada pra mim. Eu acho que eu que ainda não me preparei o suficiente pra sociedade. Mas deve ter um jeito louco pra superar, já que é tanta gente já pensou assim. E é por isso tanta gente diz que não somos especiais. Em algum lugar, alguém já passou por aquilo que estamos passando, em um livro, um filme e uma música. Ser especial é uma experiência muito solitária.

Eu, sinceramente, não sei que rumo a vida vai tomar. São tantas possibilidades. Mas agora estamos presos, não só nas celas mentais em que somos carcereiros e prisioneiros, mas em casa. Enfrentamos uma pandemia, enfrentamos o pior dos pesadelos dos economistas: incerteza. Brincamos com os riscos porque de alguma forma louca é possível quantificar. Perdemos vidas.

Perdemos vidas.

Perdemos vidas.

Perdemos vidas.

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