pós-intercâmbio

Hoje faz mais de um ano que eu comecei meus estudos em Lisboa. Eu tinha prometido pra mim mesmo que documentaria cada experiência que eu vivesse por lá, mas a falta de tempo, a preguiça e uma explosão de sentimentos e angústias me consumiram desde que eu pisei em solo estrangeiro e por estes e outros tantos motivos eu não tive a oportunidade de deixar aqui pra que eu pudesse ler depois.

Foto que eu tirei, ênfase na caçamba de lixo pra mostrar que Portugal é gente como a gente

Lisboa foi um dos lugares mais acolhedores que eu já conheci. Não só pelos portugueses em si, mas parece que toda a cidade tinha uma energia diferente. Um choque entre o velho, com as construções antigas e históricas, e o novo (a modernidade e que confesso: quando tem um shopping por perto eu me sinto em casa). A experiência acadêmica pra mim foi um divisor de águas, que me ajudou bastante no meu amadurecimento intelectual. Eu decidi me matricular em disciplinas que eu realmente tinha interesse e algumas que eu pensei que seriam desafiadoras, dada a forte presença mainstream que eu tenho na minha alma mater (a FEA-RP/USP) - ainda que em geral o curso de economia do ISEG também siga essa mesma vertente intelectual - consegui me aventurar um pouco por solo heterodoxo.

As praias nas cidades vizinhas de Lisboa eram maravilhosas. Desde que eu fui ao Rio de Janeiro eu percebi o valor terapêutico que o barulho das ondas tem em me acalmar. Claro, eu nem me atrevi à entrar no mar, mas só de ficar ali sentado em estado contemplativo - e na maioria das vezes lutando pra não pensar na época de exames, na volta para o Brasil e no tão temível último ano da graduação - já me ajudava a recarregar as energias.

Coincidentemente, todas as vezes que fui à praia choveu e fez frio
Ter passado por isso tudo foi um presente que eu dei à mim mesmo. As vezes a gente precisa se permitir viver experiências. Eu tinha muito medo e insegurança, o que é natural quando a gente explora o "desconhecido". Mas valeu a pena e eu vou guardar pra sempre essas memórias comigo.

Um dos pequenos presentes que Lisboa me dava: um pôr-do-sol incrível, a certeza de que a vida continua e as gaivotas que davam um charme a mais pro céu

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