traços de algo que denominamos nostalgia.

Sou da época que tudo parecia mais fácil. Eu andava com a minha bicicleta com rodinhas na rua, porque não tinha tanto movimento. Eu lia livrinhos infantis dos irmãos Grimm e depois brincava de ser o João do pé de feijão, ou o João da Maria. Brincava com meus carrinhos, mas estes eram normais, nada destas pistas com carros hiper tecnológicos que mudam de cor de hoje em dia. Tinha bonecos do Toy Story, Vida de Inseto, Power Rangers e todos os personagens considerados da moda na época.
Sábados? Eram sagrados. Era o dia que eu não precisava fazer o dever, muito menos ler. Ia pra casa de minha avó ou de minha tia. Sentava na sala e ficava por horas assistindo desenhos: Pequeno Urso, Thundercats, A Caverna do Dragão, Teletubbies e Rupert, que era o meu preferido. Ah, e como gostava. Logo após saia pra brincar com meus primos e, na falta deles, com meus amigos imaginários. E tinha vários. Até penso que enquanto estou digitando esse post, a galera toda está reunida.
Era tão boa essa época de brincar na rua, correr atrás de pipa (até hoje eu não sei empinar a maldita), brincar de pic-pega, pic-esconde, pic-gelo, pic-sei-lá-o-que. Era a época em que as grandes preocupações eram da escola ou de não perder algum desenho na TV. Não entendia piadas de duplo sentido e nem imaginava um dia ver algum coleguinha meu dizer "sem maldade". Por quê? Não havia maldades nas palavras de uma criança.
Tudo passou tão rápido... Os Irmãos Grimm foram trocados por Machado de Assis, os desenhos animados por telejornais, as brincadeiras na rua por estudos em casa... E o duplo sentido? Bom, alguns eu ainda não entendo. Mas é assim, a infância fica e a vida continua...